sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O caso #melissafail

Faço minhas as palavras da Tamy:

''Esta não foi uma semana comum, tampouco foi uma semana fácil. Quem visita o blog com frequência, certamente percebeu que algo estava acontecendo já que eu não postei looks e nem atualizei como faço todos os dias. A verdade é que resolvi parar e refletir, só agora consegui organizar meus pensamentos. Quero deixar tudo esclarecido, então vou explicar a história desde o princípio.
Na última quarta-feira 08/02 a marca Melissa inaugurou sua primeira Galeria fora do Brasil, com uma festa badalada, convidados famosos e muito glamour. Mas o babado começou um dia antes, quando a marca anunciou no Facebook que as blogueiras Lalá Noleto e Camila Coutinho fariam a cobertura do evento. Na ocasião, muitas melisseiras não concordaram com isso e passaram a defender a ideia de que eu e a Charline do Plastic Fantastic, deveríamos fazer a cobertura pois nos dedicávamos ao assunto há muito mais tempo. Isso foi um movimento espontâneo e eu não estava envolvida.
Quando a hashtag #melissafail alcançou os TTs na noite de quarta-feira, ultrapassando até o cantor Wando como assunto mais comentado, não faltaram pessoas para distorcer a ideia e – com um olhar míope – afirmar que não passava de inveja das blogueiras que foram convidadas.
É incrível como no Brasil e principalmente na internet/blogosfera, qualquer forma de protesto é logo tachada como inveja. Deixem que eu exponha meus motivos para que vocês reflitam se o que sinto realmente pode ser tratado como um simples caso de inveja.
A causa da minha indignação não é recente, pois há tempos percebo uma forçada elitização da marca, que na hora de vender apela para as melisseiras, mas quando ocorrem eventos como o do Jason Wu, qualquer motivo de “vergonha” é logo excluído da lista de convidados. É como se as consumidoras fossem chinelos velhos, que são confortáveis e servem aos pés cansados, mas na hora em que as visitas chegam são logo escondidos em um lugar bem escuro para que ninguém veja. E dois fatos ocorrridos na última terça-feira comprovaram minha teoria:
1. A publicação de um comentário no já citado tópico do Facebook (do qual eu não participei) alegando que a marca convidou outros blogs e não o meu, porque queria “fazer uma cobertura mais completa”. Uma colocação infeliz, que desmerece três longos anos do LM dedicados gratuita e quase que exclusivamente à Melissa.
2. Eu tinha conhecimento da inauguração da loja de New York desde o ano passado. Em janeiro, solicitei à Melissa um convite para que uma amiga que está na cidade pudesse fazer a cobertura pra o LM (o que comprova que nunca vislumbrei ir ao evento). Na época eles afirmaram que “talvez conseguissem”, cozinharam o assunto em banho-maria por cerca de 20 dias e um dia antes da inauguração me negaram UM ÚNICO CONVITE sob alegação de que o lugar era pequeno e não tinha espaço.
Fiquei atônita diante dos acontecimentos. Foi quando percebi que o diálogo que venho tendo com a marca há quase 3 anos era improdutivo e que a força das meninas que sustentam a Melissamantendo coleções de 50, 100 e até 500 pares, era ignorada diante do brilho da chamada “Classe A” e dos números exibidos por alguns dos blogs mais acessados do país. Eu precisava mostrar para esta gente que números são números e o que realmente importa são as pessoas.
Foi quando eu e Charline decidimos jogar tudo pro alto. Planejamos gritar ao mundo que estávamos insatisfeitas usando a hashtag #melissafail enquanto ocorria a cobertura “mais completa”. Rapidamente fomos apoiadas por consumidoras, por outros blogs, por web-celebs e por uma porção de gente que também achou que um equívoco estava acontecendo. Alcançamos os trend topics do Twitter e lá permanecemos por cerca de 3 horas. A Melissa foi o um dos assuntos mais citados no Brasil e onosso grito de indignação calou a cobertura oficial.
Aquele momento foi emocionante e ao mesmo tempo assustador. Minha barra de rolagem marcada como #melissafail disparou de maneira que eu não tinha condições de ler e muito menos de responder cada uma das mensagens. O twitter provou o que tentávamos demonstrar há muito tempo: não importa quantos pageviews um site tem e sim o engajamento de seus leitores. Somos blogs relativamente pequenos (eu tenho cerca de 16mil pageviews/dia) mas nosso público é fiel porque sabe que nosso trabalho é feito com amor e sinceridade. Não tenho absolutamente nada contra as blogueiras contratadas, elas estavam lá a trabalho! Blogar é a profissão dessas meninas e elas vivem disso, é preciso diferenciar um contrato comercial de uma consumidora apaixonada. Ninguém condena a Xuxa por dizer que usa Monange ou a Angélica por falar que Niely Gold faz bem para os cabelos, certo? Então vamos deixar que elas façam seu trabalho em paz e paremos de lançar comentários maldosos nos blogs delas.
Voltando ao assunto #melissafail, gostaria que cada um de vocês percebesse o quanto foi colocado em jogo antes de nos julgar como interesseiras. Nossos blogs tinham como um dos principais assuntos a Melissa. Caso o protesto fosse encarado de forma negativa pela marca, seríamos excluídas de todos os eventos promovidos por ela e ridicularizadas a cada aparição usando sapatos de plástico (que são maioria em nossos armários). Isso sem citar o grande esforço em reposicionarmos nossos blogs e encontrarmos novos assuntos para abordar. Nós sabíamos que o preço poderia ser alto e aceitamos pagar – de cara limpa e coração aberto – coisa rara de se ver em uma internet povoada por trolls anônimos.
Na tarde de ontem a Melissa lançou seu comunicado assinado pelo presidente da marca: Paulo Pedó Filho. Entre outras coisas ele se desculpa, admite a falha cometida, promete mundos e fundos. Achei positivo haver uma comunicação oficial, mas lamento profundamente que seja necessário provar o amor e a força das melisseiras, para que o marketing pense sobre onde investe os recursos que nósgeramos comprando centenas de pares.
O que resta agora é esperar para ver se realmente haverá uma mudança ou se seguiremos sendo escondidas em um cantinho escuro junto aos chinelos velhos. Se a revista Plastic Dreams finalmente vai mostrar uma brasileira que usa Melissa ou se teremos mais uma super top com nome impronunciável, seguida por matérias exibindo roupas que nunca poderemos comprar e marcas que nem ousamos desejar. Resta esperar para ver se teremos uma mudança rasa sabor “cala-boca” ou se finalmente uma das únicas marcas de sapato do mundo a ter brand lovers vai calçar a Melissa da humildade e enxergar que nós estamos aqui, amamos a marca, mas queremos respeito. Essa mudança vai definir se um dia voltarei a gastar minhas suadas moedinhas em sapatos de plástico.
Quando o pronunciamento oficial foi ao ar, eu estava em projetos offline e cheguei em casa por volta das 23h. Antes mesmo de ler o comunicado, anônimos (cadê a coragem para assumir a opinião?!) já deixavam comentários dizendo que sou vendida e que vou voltar a usar Melissa só porque eles prometeram viagem à Londres.  Quero esclarecer que eu nunca deixei de usar Melissa e quem ler os comentários do meu post anterior pode comprovar que prometi à várias leitoras manter a divulgação, os looks e os test drives. Se eu vender/doar/cremar todos os sapatos de plástico que tenho, vou reduzir drasticamente minhas opções, pois embora eu ame calçados e tenha muitos, 70 pares farão diferença na hora de postar looks diários que são o foco desse espaço. E não considero vendida uma boa palavra para me descrever, já que este blog é um hobbie e apesar de eu não me enquadrar na “classe A” tenho uma profissão que permite que eu vá para Londres usando recursos próprios. E sim, vou trocar o nome do blog, já comprei os domínios e na próxima semana vão ocorrer as primeiras mudanças.
Para encerrar, quero dizer que achei toda essa polêmica e movimentação muito válida. Espero que sirva de exemplo para que as marcas passem a tratar seus consumidores com respeito e para que as pessoas envolvidas com mídias sociais deixem se se iludir com números e passem a enxergar pessoas!''
Achei que ela expressou sua opinião de forma profissional e imparcial. Não concordo com os comentários ignorantes nos blos Garotas Estúpidas e Lalá Noleto pois elas foram convidadas para ir, se a culpa é de alguém é da Melissa que não soube se expressar e escolher também blogueiras que abordam constante ou somente o tema. Acho muito desrespeitoso a pessoa ir no blog de qualquer uma das duas e encher a caixa de comentários com declarações ignorantes de quem não sabe do assunto. Ambas blogueiras são boas e famosas na blogosphera, não é culpa delas, elas terem sido chamadas para cobrir o evento, afinal, quem não quer ir pra NY com tudo pago e ainda conhecer gente famosa hehehe. E também não acho certo falar que a Tamy do LookMelissa e a Charline  do Plastic Fantastic são invejosas, elas só estavam espondo sua opiniÃo sobre como a marca trata as consumidoras.

Um comentário:

  1. Oi Luisa, tudo bem? Vimos que se inscreveu para o Sorteio do Chiclete Violeta, mas houve um probleminha na postagem, e o banner não apareceu. Já atualizamos e o banner já está lá, se quiser usá-lo, acesse o link: http://chicletevioleta.blogspot.com/2012/02/sorteio-meu-blog-chicletando.html
    Muito obrigada por participar, e boa sorte!!! :D
    --Vickie

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